“...
porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” Filipenses 1.21
Paulo
faz uma escolha para sua vida. É importante observar que ele expressa algo
pessoal. Essa não é uma admoestação para os crentes em Filipos. Essa é uma
grande escolha que Paulo faz para si mesmo.
Em
tempos que as pessoas gritam que querem ser “geração que canta”, “geração que
dança”, “geração que celebra”, “geração da conquista”, talvez tenhamos que nos
tornar a geração que morre. Geração que morre para suas vontades, e ao morrer
por suas vontades, dá sua vida pela vontade de Deus.
Esse
é o ponto delicado desta geração. Uma geração que morre, é uma geração que
continua cantando, dançando, celebrando e conquistando. Mas é também uma
geração que se ajoelha, que busca a Deus, que olha para o outro.
O
grande problema dessa geração frenética, é que sua espiritualidade acaba quando
o ministro de louvor termina a música. Sua espiritualidade está baseada no êxtase
e não em Deus. Baseada somente na experiência, e não mais na palavra viva e
eficaz, que nos aproxima da verdadeira Palavra, o Logos de Deus chamado Jesus.
Pertencer
a uma geração que morre, é escolher ser dependente de Deus de maneira completa.
É se envolver com a agenda do Reino ao ponto de não se importar com que a sua
recompensa seja a morte, pois a morte é um grande lucro para quem vive Cristo.
Talvez
seja o momento de depormos nossas guitarras, baixos, teclados e baterias.
Talvez seja o momento de deixarmos de lado o violão, o Cajon e as vozes bem
separadas. Talvez seja o momento de ajoelharmos e olharmos por horas aquilo que
o Senhor Jesus nos disse, voltando a viver intimamente a missão, que não é
cantar louvores e muito menos lotar igrejas. Mas trazer justiça, cura e
restauração para este mundo caído. É levar Cristo a toda criatura, de maneira
que Cristo transforme e dignifique a todo ser humano.
Acontecendo
isso, o meu louvor para de ser um momento de extase entre eu e Deus, e torna-se
uma experiência entre eu, Deus e minha comunidade de fé. A minha adoração passa
a ser não somente um grande musical que mexe com meus sentimentos e faz bem ao
meu coração, mas torna-se um momento que eu adoro a Deus fazendo qualquer
coisa, mesmo lavando uma louça. Pois adoração não é música, nem estilo musical,
mas serviço prestado (e isso vale um texto separado).
Viver
por Cristo é entender que meu IPhone, IPad ou IMac não são mais valiosos que as
pessoas. Que o meu carro na garagem não é um símbolo de status. Que a minha
casa na praia não é o meu objetivo de vida. Que a viagem para Paris não é o
ápice da minha vivência.
Que
sejamos portanto Geração que Morre, e se necessário, dando seu corpo para ser
dilacerado e morto pelo amor do nome de Cristo, não porque isso me trará algo,
mas porque isso já trouxe a mim e deve trazer a mais gente.