quinta-feira, 21 de julho de 2011

É de Graça!

Uma das mais surpreendentes realidades do Cristianismo, ainda que extremamente incompreendida pela igreja, chama-se Graça. O grande símbolo desta graça é a cruz.
É engraçado, que a mesma cruz, é símbolo da igreja, instituição religiosa que por muitas vezes esquece o que é Graça, principalmente quando exige uma perfeição excessiva, quando rejeita os destruídos e quando periferiza os desiguais.
A igreja necessita se reencontrar com a graça, pois ela tem sido transformada em uma faculdade para hipócritas. Tem se tornado uma fábrica de crentes esteticamente perfeitos, criados em uma estrutura plástica, milimetricamente calculada para sempre estender aos céus suas mãos, sem deixar que a santa aureóla desapareça. Por dentro, infelizmente, seres putrefados, legalistas, escravizados e doentes.
Enquanto a igreja escraviza, sacrifica aqueles que entendem que realmente não são perfeitos. Aqueles que não sabem brincar com a mentira, porque são verdadeiros. Pessoas que entendem que Cristo no céu lhes fará uma pergunta, e nada mais que uma pergunta: "- Você entende que você não merece entrar por este portão, que o seu lugar é a perdição total, que tudo que você fez na vida não valeu de nada porque realmente você não pertence a este lugar?", "Entendeu mesmo? Seja Bem-vindo ao seu descanso".
Precisamos, como Igreja, entender que quando Jesus disse: "Venham a mim todos os que estão cansados e que não aguentam mais o peso da vida, que eu vou aliviá-los"*, Ele deixou esse "mandamento" a NÓS, Igreja de Cristo. Somos nós que devemos receber e aliviar as cargas, por sermos Cristo na Terra.
Vamos deixar de ser igreja, e sejamos Igreja.
Vamos aliviar os que sofrem, vamos amar os que choram, vamos resgatar os que se perderam.

Que aquele "deus" sem graça e sem amor, que nós pregamos, possa dar lugar ao Deus que nos ama, mesmo que nós sejamos nojentos e arrebentados.

Soli Deo Gloria!

* (Mateus 11:28-30) numa versão popular, contextualizada.

sábado, 9 de julho de 2011

Eis me aqui!

Um dia eu te disse: Eis me aqui!
Mas eu não estava realmente, por isso andava em mim e não em ti.
E nessa vida não estar em ti é problema, porque luta é meu dia-a-dia.
E de problema a vida tá cheia.
Mas ai que está, por estar cheia, é que eu tenho ir no mundo.
Restaurar os quebrados, encontrar os perdidos e te trazer em louvor.
Eis me aqui, não tenho muito. Mas eis me aqui.
O que tenho não é talento e nem saber.
São duas mãos e um coração rendidos para fazer.
Porque meus problemas não importam, quando estou contigo.
E eu preciso contar pra todo mundo, que ainda há uma esperança.
Caleja minhas mãos e converte meu coração a ti.
Porque minhas atitudes tem que ser tuas, e os meus sentimentos entregues.
Me renova, para eu poder ir renovar.
Me usa para poder resgatar. Porque tem gente lá fora precisando de Ti.
E eu sei que sou eu que tenho que ir.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Paredes

Dentro das igrejas, jovens constroem um nova "teoria dos relacionamentos", algo exportado, com o logotipo "MADE IN USA" na carenagem. Segundo essa "teoria", o namoro segundo os padrões de Deus é feito através da "Côrte". Muitas igrejas inclusive tem direcionado seus jovens a esta forma de relacionamento.
Já é conhecida a minha teoria da "correlação extrema", onde sempre teremos os dois extremos entre sociedade (mundo) e religião (igreja). Dentro dessa teoria, quando a sociedade propõe um valor (permissividade nos relacionamentos) a igreja precisa gerar um proposta suficientemente oposta (namoro, sem beijo, sem abraços muito longos, quase sem contato).
Um grande problema que essa "proposta" tem gerado nos jovens evangélicos (não estou usando cristão de propósito) é a obrigatoriedade da máscara do casal perfeito, que se ama e por isso espera. Na verdade, a aparência de um belo relacionamento, essa parede construída para mostrar uma "pureza sexual", quando realmente contemplada, revela quão perdidos os nossos jovens estão com essa cobrança.
Tenho acompanhado muitos jovens nessa realidade. Filhos e Filhas de pastores que vivem nesse mentira de côrte, mas que de verdade já vivem uma sexualidade suja e depravada, onde não há regras a não ser satisfazer o EGO.
A igreja evangélica vive de paredes religiosas, muros de "pureza" alienante, que nos isolam da sociedade, mas são facilmente penetráveis uma vez que nós fazemos parte da engrenagem desta sociedade. Ou nos deparamos com o espelho e mudamos a atitude dos "puros alienados" para os "humanos em mudança", ou continuaremos forjando máscaras que aprisionam e nos afastam do verdadeiro Evangelho, a essência do Cristianismo.
Sejamos Humanos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Decisão!

As nossas decisões dizem bem quem é Deus para nós. Uma vez próximos de Deus, nossas vontades e desejos tornam-se convertidos a ele, e não ao nosso próprio egoísmo. É engraçado perceber como essa questão de decisão nos angustia, simplesmente porque "Decisão" está ligada a "Tempo". Sempre ao decidir, lembramos que o tempo não volta.
Um grande filósofo existencialista, Sooren Kierkgaard, diria a nós que "o que angustia o homem é a Possibilidade", nós temos a Possibilidade de tomar decisões e imaginar que cada uma das nossa decisões nos colocará diante de um labirinto, e que a cada caminho tomado, outras bifurcações nos levará a novas decisões. Nas palavras do poeta-compositor Stenio Marcius, "uma obra de tapeçaria, tecida de cores alegres e vivas, que fazem contraste no meio das cores nubladas e tristes".
Decidir nos angustia, decidir nos assusta.
Mas como então "DECIDIR o CERTO"?
Confiar. Deus nos direcionará e nos abençoará, quer façamos a boa decisão, ou a má decisão. Deus será aquele que no "beco sem saída" nos mostrará que ainda existe um jeito. Seja ele voltando atrás, ou então por cima do beco.
Confiar que nas decisões Deus é o direcionador, através daquilo que Ele nos deixou escrito, através da experiência daqueles que já caminharam e através inclusive de sua ação milagrosa no mundo.

Por isso Decisão deve estar sempre ligada a Confiança.