Uma das mais surpreendentes realidades do Cristianismo, ainda que extremamente incompreendida pela igreja, chama-se Graça. O grande símbolo desta graça é a cruz.
É engraçado, que a mesma cruz, é símbolo da igreja, instituição religiosa que por muitas vezes esquece o que é Graça, principalmente quando exige uma perfeição excessiva, quando rejeita os destruídos e quando periferiza os desiguais.
A igreja necessita se reencontrar com a graça, pois ela tem sido transformada em uma faculdade para hipócritas. Tem se tornado uma fábrica de crentes esteticamente perfeitos, criados em uma estrutura plástica, milimetricamente calculada para sempre estender aos céus suas mãos, sem deixar que a santa aureóla desapareça. Por dentro, infelizmente, seres putrefados, legalistas, escravizados e doentes.
Enquanto a igreja escraviza, sacrifica aqueles que entendem que realmente não são perfeitos. Aqueles que não sabem brincar com a mentira, porque são verdadeiros. Pessoas que entendem que Cristo no céu lhes fará uma pergunta, e nada mais que uma pergunta: "- Você entende que você não merece entrar por este portão, que o seu lugar é a perdição total, que tudo que você fez na vida não valeu de nada porque realmente você não pertence a este lugar?", "Entendeu mesmo? Seja Bem-vindo ao seu descanso".
Precisamos, como Igreja, entender que quando Jesus disse: "Venham a mim todos os que estão cansados e que não aguentam mais o peso da vida, que eu vou aliviá-los"*, Ele deixou esse "mandamento" a NÓS, Igreja de Cristo. Somos nós que devemos receber e aliviar as cargas, por sermos Cristo na Terra.
Vamos deixar de ser igreja, e sejamos Igreja.
Vamos aliviar os que sofrem, vamos amar os que choram, vamos resgatar os que se perderam.
Que aquele "deus" sem graça e sem amor, que nós pregamos, possa dar lugar ao Deus que nos ama, mesmo que nós sejamos nojentos e arrebentados.
Soli Deo Gloria!
* (Mateus 11:28-30) numa versão popular, contextualizada.
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