segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CAIU NA NET - Meninas de toalha crucificadas pela maldade humana

Eu poderia começar essas linhas de muitas maneiras. Um tom moderado (que gosto tanto), um modo mais agressivo, um modo sensacionalista. Dessa vez quero começar de um modo sincero, ando sem palavras para a nossa humanidade - e não estou criticando o ser humano, mas estou criticando a minha própria humanidade.
Tenho lido e buscado entender essa questão dos vídeos que "amigos"/"ficantes"/"ex-namorados" enviam um ao outro. Entendo o desejo de ver o outro em uma situação mais picante, afinal somos seres sexuais. Um ser humano deve ter prazer pelo outro ser humano e não por um animal (desculpem, mas sou anti-zoofilia). Lembrando que ainda assim não concordo com essa prática, ainda que a entenda.
Já é surpreendente esse desejo por colocar o outro em estado vexatório. Mas estou me deparando com algo que dificilmente entrará na minha cabeça, o prazer de reduzir o outro - a quem não conheço exceto pelo vídeo, e sempre é a mulher - ao estado de indignidade. 
Uma menina de 14 anos que entendeu-se errada e viu a dor que causou a família após cair em um desses vídeos feito com o ex-namorado e um amigo, recebeu uma quantidade de hostilidades que possivelmente nem os mais cruéis criminosos tal como Hitler, Stalin, Darth Vader e aquela mulher da novela das 8, que começa ás 9 e termina ás 11 nunca receberam - e nem deveriam, ainda assim.
Há em nós uma maldade implícita que hoje tem ganhado liberdade para tornar-se completamente explícita.
Me lembro de ter participado de uma das edições do Anime Friends (talvez o 2007) e lembro que naquela edição houve a polêmica presença de duas "meninas de toalha". Lembro de como várias pessoas adoraram ver aquilo, mas como depois do evento elas foram massacradas e destruídas por optarem pela "fantasia" - que no mínimo revela a falta de noção delas e dos pais.
Nós temos vivido em uma triste época onde não somos felizes em somente criticar o outro, mas precisamos crucificar. E após, ainda precisamos ter certeza que não haverá ressurreição. "Oh miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte", diria Paulo, o apóstolo. "Pobre diabo é o que sou!" diria o pessoal do IRA!, na voz do Wolverine Nazi.
Precisamos aprender que o erro do outro, poderia ser o meu. Isso é olhar no espelho, pois no fundo, a posição em que eu gostaria de estar não é a do juiz, mas a do réu em sua sensação de clímax. Olhando assim, talvez - e só talvez - nos tornemos melhor humanos e menos bichos.

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