quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Jesus e nada mais que isso

Fico olhando para Jesus, o modelo pastoral perfeito, e olho para os nossos líderes (do qual me incluo). Me assusto - como são diferentes!

Nas eleições não faltaram candidatos com o título "pastor", "bispo", "missionário" ou "evangelista". Até mesmo na mídias sociais as pessoas preferem mostrar o título para serem identificadas. Nas discussões elas estão certas por causa do título. Creem que tem o direito de serem algo a mais.

Líderes trovejam na televisão suas verdades, confrontando os diferentes. A mansidão é deixada de lado, pois a voz elevada dá crédito as verdades não bíblicas e os exageros do fundamentalismo entorpecido.

Líderes rejeitam as mudanças dentro dos templos, pois "Deus é o mesmo ontem, hoje e assim o será para sempre". Dão então a voz para o tradicionalismo tacanho e anacrônico.

Surgem as vozes da juventude, mudando tudo e não valorizando nada. O importante é a emoção, se não sentir não valeu a pena. Nesse lugar também surge o liberalismo no discurso de gente que atrai jovens, e revelam que o Deus que eles ouviram falar em suas antigas Igrejas está morto e não existe. Na verdade Deus nos criou e estamos "ao Deus dará" - e se Ele não der?

Deixo claro que não creio que estamos pior ou melhor dos que os tempos passados, pois cada tempo reservou sua dificuldade. Mas eu fico pensando em como Jesus se portaria diante dessa realidade contemporânea.

Talvez o Jesus que lavou os pés dos discípulos, continuaria sendo somente o Jesus que não tinha onde encostar a cabeça, rejeitando títulos (Jesus não usa nenhum título propriamente de poder, todos são subjetivos). 
Talvez continuaria sendo o Jesus a qual chamamos de manso, que João chamará de amoroso. 
Talvez ainda entraria no templo, destruiria a liturgia e convidaria a que todos ajoelhassem, partissem o pão e saíssem para mudar o mundo. 
Penso ainda que talvez Ele olharia para os questionamentos modernos da juventude, romperia com tudo aquilo que realmente haveria de ser pregado, mas mostraria que Deus ainda existe e se preocupa conosco, ao ponto de morrer por nós. 

Talvez, e só talvez, Ele simplesmente fosse como Jesus.

  

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